Segundo Jean Piaget (psicólogo na área do desenvolvimento), define duas primeiras grandes fases do desenvolvimento infantil:
1ª Fase: Sensório-Motora (0- 2/3 Anos)
2ª Fase: Pré- Operatória (2- 7 Anos)
Na primeira fase, dá-se, por parte da criança, a exploração e descoberta do meio ambiente através dos sentidos e da interação do corpo com o meio. Aí surge um novo conceito: Permanência do Objecto – onde tudo o que existe para a criança deverá ser captado pelos seus sentidos.
Quando os seus sentidos não percepcionam algo (objeto ou pessoa) para satisfazer as suas necessidades, a criança recorre a formas não verbais para demonstrar descontentamento (chorar, bater, puxar os cabelos, levar objetos ou partes do corpo à boca…). Através disso ela comunica e expressa os seus sentimentos necessitando de um adulto atento para validar essas reações e descodificá-las.
Como forma de garantir que a criança reduz este tipo de comportamentos, ela precisa de se sentir confiante em si mesmo e segura no seu meio envolvente. Assim podem lhe ir sendo dados estímulos que continuem a ativar e aprimorar as aprendizagens através dos sentidos: jogos com recursos visuais, auditivos, tateis.. através de livros, objectos e brincadeiras.
Em suma: Quanto mais regulada estiver uma criança, menos recursos a autoregulação terá de recorrer.
Na segunda fase, aparecem como principal foco, as experiências individuais da criança, ou seja, ela foca-se nas suas próprias vivências e vontades. Assim as suas necessidade e vontades terão sempre de ser (para a criança) imediatamente atendidas. É aqui que surge o termo do “Egocentrismo” e da “Fase dos porquês”
Para diminuir momentos de frustração e/ou autoregulação (por necessidades não atendidas), os estímulos a serem usados devem passar por ser imaginativos e permitirem dar liberdade ao questionamento e aos “porquês” (potencializando a livre imaginação e a criação e desenvolvimento do jogo simbólico).
Segundo Freud (neurologista e psiquiatra), dentro das fases de desenvolvimento psicosexuais, define a primeira fase como: Fase Oral (0-2/3A)
Na fase oral, é definido que a primeira interação (necessidades, percepção e modo de expressão da criança com o mundo) é feita através da boca – por sucção (chuchar) ou degustação (morder/roer). Estas experiências orais, trazem à criança uma sensação de prazer e com elas vem também a noção de texturas, formas, tamanho e peso – conhecimento do mundo.
Nesta fase é comum vermos crianças mordendo as outras ao mínimo sinal de stress (dos mais primitivos estágios de desenvolvimento) ou fazendo sucção com uma força exagerada e sem parar. Sendo ela egocêntrica, acredita que o mundo funciona e existe por si e para si, tendo que qualquer sua vontade ser imediatamente atendida. Quando isso não acontece, ela morde ou chucha para se acalmar ou regular.
MORDER OU CHUCHAR NA CHUCHA, NO DEDO, NOS OBJETOS = AUTO-REGULAÇÃO E PRAZER
No entanto, há que ter em atenção que qualquer uma das duas (morder ou chuchar) são fisiológicas mas dependendo da idade e intensidade com que o fazem, pode deixar de ser adequado. Com isto surgem-nos várias questões que deverão ser analisadas:
- em que momentos do dia o faz? (após ser repreendida? após pedir atenção e não a ter?…
- onde o faz? (pessoas, objectos ou partes do corpo)
- com que intensidade?
- e se permite que lhe seja retirado (a chucha ou fralda de pano por exemplo)
Por exemplo, uma chucha ou biberão, deverão ter uma tetina o mais reduzida possível, e serem usados apenas em momentos desafiadores (como a hora da sesta ou do sono da noite por exemplo).
Em suma: Uso de objectos ou partes do corpo de forma permanentee com intensudade exagerada, poderão levar a alterações nas estruturas orofacias bem como: ligua, palato duro, dentes, labios e bochechas principalmente quando prolongados acima dos 3/4 anos.